sábado, 18 de maio de 2013

Retalhos.


Faz mais de um ano e nem o cheiro, eu ainda choro. O toque ainda é sentido, daqueles dedos entrelaçados matando calorosamente a saudade, restou apenas a ansiedade que traz frio. Aquele último abraço foi ficando solto e frouxo, depois disso algo no ar dizia que não haveria mais direção, apesar do trem ter um rumo certo. Uma volta partida onde se retorna sem o coração, que foi deixado lá.
É de se pensar que nada se compara à dor da despedida e não se mede o sofrimento que virá com a distância. Ir com e voltar sem. As mãos soltas e livres não sabem onde se segurar, ver a queda delas depois de apontar o topo do céu e chegar ao fundo sem chão acaba sendo dolorido. Ver o quão frágeis somos diante do amor é de fazer qualquer um cair em prantos, ou adiar as lágrimas até que se compreenda isso. Ficar em pedaços é tê-los espalhados por aí, o restante são marcas e lembranças eternas enquanto você dura. Se esse conjunto de palavras não faz sentido hoje, pode fazer algum dia.
Nada se ajeitou, eu não tomei jeito. Cada dia foi visto e vivido com um pouco de esperança, que há pouco tempo reacendida. Gosto de pensar que é natural passar horas imaginando coisas quase utópicas e servir como distração de tudo. Acontece que eu sonhei com isso todos os dias e algo me disse que tal insistência se tornaria real por acreditar e então eu vi, juro que vi aquele abraço sendo dado novamente. Já faz tempo que espero e não tenho pressa alguma, pois (você) é algo que esperaria a minha vida toda.

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